Gestos, roupas e até cortes de cabelo: símbolos ligados às facções que podem ser fatais na Bahia

Na Bahia, gestos aparentemente inocentes, escolhas de roupas ou até mesmo um estilo de cabelo podem se transformar em motivos de violência letal. O que parece uma simples expressão de estilo ou gosto pessoal pode ser interpretado como sinal de ligação a grupos criminosos rivais, intensificando conflitos em um cenário já marcado pela disputa no tráfico de drogas.

Um exemplo é o gesto de erguer dois dedos em “dois” ou “V”, conhecido como símbolo de paz e amor. Em certas áreas do estado, esse gesto pode ser entendido como uma referência a uma organização criminosa com forte presença nacional. Por outro lado, levantar três dedos pode ser associado a um grupo rival, aumentando o risco de ataques.

Até mesmo cortes de cabelo estilizados, como riscos na sobrancelha ou no cabelo, que eram modas inofensivas, agora podem ser vistos como sinais de identificação com determinadas facções. Essa associação tem feito muitas pessoas evitarem esses estilos, temendo serem confundidas com membros de grupos criminosos.

A escolha de roupas também pode ser perigosa. Camisas de seleções como Argentina, França, Colômbia, ou até mesmo do Flamengo, clube com grande torcida no Brasil, têm sido utilizadas por criminosos para marcar território ou identificar aliados. Em contrapartida, outras seleções e times foram associados a grupos rivais, tornando-se um risco para quem as veste em determinadas localidades.

Até personagens icônicos da cultura pop, como o famoso rato da Disney, foram apropriados como símbolos de uma das organizações, transformando algo lúdico em uma marca de perigo.

Esse contexto revela como a violência permeia o cotidiano e como escolhas aparentemente simples podem ter consequências trágicas. A banalização de sinais e símbolos destaca a necessidade urgente de ações que combatam a influência desses grupos e promovam segurança para a população. Enquanto isso, muitas pessoas têm se visto obrigadas a adaptar suas rotinas e expressões para evitar confrontos e preservar suas vidas.