
Polícia desmantela tribunal do crime liderado por detentos do presídio de Teixeira de Freitas
Uma ação da Polícia Civil cumpriu quatro mandados de prisão preventiva no Conjunto Penal de Teixeira de Freitas (CPTF) na última quinta-feira (23), como parte das investigações sobre o homicídio da adolescente Weslainy de Jesus Santana, que tinha 17 anos. A jovem foi assassinada por afogamento no Rio Jucuruçu, em Itamaraju, em agosto de 2024.
O caso, que inicialmente parecia um afogamento acidental, passou a ser investigado como homicídio após as diligências da Polícia Civil. As investigações revelaram que Ronald Goncalves Guimarães, de 18 anos, foi o executor do crime, com a colaboração de uma adolescente de 15 anos, que atuou como cúmplice. De acordo com as apurações, a adolescente convenceu Weslainy a ir até uma armadilha onde Ronald a aguardava. A vítima foi estrangulada e depois afogada por Ronald durante uma tentativa de fuga.
Ronald já havia sido preso em 2 de dezembro de 2024 por uma tentativa de homicídio em Itamaraju. A adolescente foi apreendida em 12 de dezembro do mesmo ano e levada ao Ministério Público. Contudo, as investigações também revelaram a ligação do crime com um “tribunal do crime” organizado dentro do presídio.

Durante a emboscada, Caique dos Santos Silva, de 19 anos, participou e fez uma chamada de vídeo para dois detentos do Conjunto Penal: Kauan Barboza Barreto, de 21 anos, e Carlos Conceição Cabral, que tem 22 anos. Ambos são considerados líderes do tráfico de drogas em Itamaraju. Durante a conversa com Weslainy, os detentos ordenaram sua execução. Caique havia sido preso em flagrante por tráfico de drogas em novembro de 2024.
Com o cumprimento dos mandados na última quinta-feira, os quatro principais envolvidos no crime estão agora detidos no Conjunto Penal. Segundo a investigação, o motivo do crime foi uma retaliação contra Weslainy, acusada de passar informações sobre as atividades dos traficantes para as autoridades. O inquérito policial foi encaminhado à Vara Criminal da Comarca de Itamaraju e os suspeitos permanecem à disposição da Justiça.