
Tensão política leva governador Jerônimo Rodrigues a cancelar participação em evento de aniversário de Eunápolis
O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, cancelou sua presença nas celebrações do 37º aniversário de emancipação política de Eunápolis, marcadas para o dia 12 de maio. A decisão, já confirmada pela assessoria do governador, ocorre em meio a um cenário político local conturbado, que, segundo fontes ligadas ao governo, motivou o recuo estratégico. A movimentação foi interpretada como uma forma de evitar constrangimentos diante da instabilidade que ronda a administração municipal.
A tensão aumentou após a Justiça Federal em Eunápolis confirmar, nesta segunda-feira (6), a inelegibilidade do atual prefeito Robério Oliveira. O juiz federal Pablo Baldivieso manteve a decisão que suspende os direitos políticos de Robério por cinco anos, em função de atos de improbidade administrativa. Segundo a sentença, ele abasteceu trios elétricos da empresa Axé & Cia com combustível da prefeitura. A empresa pertence à filha e à esposa do prefeito, a deputada estadual Cláudia Oliveira, o que agravou a repercussão do caso.
Nos bastidores, comenta-se que a cúpula do governo estadual acompanha de perto a possibilidade de afastamento do prefeito, o que teria pesado na decisão do governador de evitar o evento. Além disso, a relação de Jerônimo com o grupo político liderado por Ronaldo Carletto, figura influente na região sul do estado, segue sólida e pode ter influenciado a escolha por manter distância da crise envolvendo a gestão de Robério Oliveira.
Paralelamente, Jerônimo Rodrigues tem acelerado sua agenda de compromissos pelo interior do estado. Com a eleição para o governo prevista para 2026, o governador busca consolidar sua imagem e ampliar seu capital político. A decisão de priorizar agendas mais estratégicas e menos polêmicas revela não apenas prudência institucional, mas também uma clara preparação para o próximo ciclo eleitoral, no qual pretende chegar fortalecido.
Nos últimos dias, aliados de Robério têm dito que o governador deverá vir ao Pedrão, mas nos bastidores a avaliação é de que isso é pouco provável. Para muitos, a fala soa mais como uma desculpa para disfarçar o evidente afastamento político.